Favor não jogar lixo!
Eu venho aqui assim como a garça
vem a cloaca para comer.
E eu tenho fome de tudo que é sujo,
estamos eu e os ratos em par nesse momento na boca de lobo
esperando o esgoto descer a estepe através da manilha.
Dou um "oi" aos ácaros do sofá imundo que bóia em águas turvas
e durmo até a hora de perder o emprego
de novo
Amanheço enfim cuspido por uma língua negra
na areia marfim de Copacabana.
O sol me avilta espelhado nos grãos de cada sorriso
feio e barulhento do mar,
e uma placa irónica faz sombra à pintura surreal que agora faço parte.
"Favor não jogar lixo!" diz ela, como se dissesse: "Lixo, favor jogar!"
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